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"FESTA DOS TABERNÁCULOS" 05-10-2016

"FESTA DOS TABERNÁCULOS"

"Disse mais o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Desde o dia quinze desse sétimo mês haverá a festa dos tabernáculos ao Senhor por sete dias." (Levítico 23.33,34)

Introdução

Das três grandes festas ordenas pelo Senhor ao povo de Israel no deserto; a Festa dos Tabernáculos era sinônimo de grande contentamento.

A palavra “tabernáculo” origina-se da palavra latina “tabernaculum” que significa “uma cabana, um abrigo temporário”. No original hebraico a palavra equivalente é Sucá, cujo plural é Sucot. Assim é conhecida como: Festa dos tabernáculos, festa das cabanas ou também festa da colheita. É comemorado no décimo quinto dia do mês de Tishri, usualmente, cai final de Setembro ou princípio de Outubro.

A festa dos Tabernáculos ou festa da Colheita era originalmente uma festa agrícola, assim como a Páscoa e Pentecoste.

Festejar tabernáculos ou Sucot, nos coloca na posição de entender que é, símbolo de proteção divina,  um chamado contra a vaidade; Mesmo o mais poderoso dos homens deve viver durante sete dias numa habitação primitiva e modesta, conscientizando-se da impermanência das posses materiais. Mais ainda, deve compartilhar essa moradia com todos os desprivilegiados a seu redor: “seus servos, o estrangeiro, o órfão e a viúva que estiverem dentro dos seus portões”(Dt. 16.14), e um apelo à humanidade, a entender que esse mundo é um abrigo temporário.

Por ser pequena, sem compartimentos a sucá obriga seus moradores a se aproximarem, física e afetivamente, e talvez os inspire a se manterem mais unidos nos outros dias do ano.

Essa é parte principal da festa dos Tabernáculos, mas há atos de celebrações em sucot que complementam o significado da Festa dos tabernáculos, consolidando uma devoção maior a Deus.

1. SIGNIFICADO HISTÓRICO

1.1 – CALENDÁRIO

A festa dos tabernáculos por ordem do Senhor era pra ser realizada no dia quinze do mês sétimo como está escrito em Levítico 23: 34 “Fala aos filhos de Israel, dizendo: Desde o dia quinze desse sétimo mês haverá a festa dos tabernáculos ao Senhor por sete dias". É necessário entender o que acontecia nesse mês sétimo.

Não podemos deixar de selecionar como importante o significado das datas escolhidas por Deus, para a celebração das festas estabelecidas por Ele. Todas essas datas estão conectadas com valor histórico indescritível, com a finalidade de acionar todo tempo na memória do povo a sua história com Deus, liberando o entendimento profético de "o dias estão próximos".

O mês sétimo Etanim (Tabernáculos) no calendário Bíblico é muito movimentado espiritualmente, como o primeiro mês Abibe (Páscoa), e o sexto mês de Elul (Pentecostes). Tabernáculos, é acompanhado de dois outros festejos; Trombetas (Lv. 23.24 e 25) e Expiação (Lv. 23.26-32).

No mês sétimo também acontece a festa das Trombetas no primeiro dia, que segundo as escrituras em Lv. 23.24e25; é descanso solene com sonido de trombetas - Yom Teruah/Rosh Hashaná                      Santa convocação "o chamamento",  e Expiação, que é no décimo dia, cindo antes de Tabernáculos - é o dia do perdão e aponta para remoção do pecado de Israel, restaurando  a relação do Pacto com Deus -  Yom Kippur (Dia da expiação). "arrependimento" ("Ora, o décimo dia desse sétimo mês será o dia da expiação; tereis santa convocação, e afligireis as vossas almas; e oferecereis oferta queimada ao Senhor." Lv.23.27).

1.2 MISHNAH

"Ora, no dia seguinte ajuntaram-se os cabeças das casas paternas de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, na presença de Esdras, o escriba, para examinarem as palavras da lei;" Ne. 8.13

Essa palavra hebraica pode ser conhecida como repetição ou ensino, que estabelece o aprendizado da forma escrita da tradição oral judaica, chamada a Torá oral.

A Mishnah é uma das obras fundamentais do judaísmo rabínico que organiza os preceitos dos ensinamentos orais, originados desde a entrega da Torah por Moisés ao povo Judeu. Esse ensino traz detalhadamente o comportamento de todo povo israelita na Festa dos Tabernáculos, começando pela construção das tendas para que não transgredissem a lei.

1.3 – HABITAÇÕES EM TENDAS "SUCÁ OU SUCOT"

"14 e acharam escritos na lei que o Senhor, por intermédio de Moisés, ordenara que os filhos de Israel habitassem em cabanas durante a festa do sétimo mês; 15 e que publicassem e fizessem passar pregão por todas as suas cidades, e em ramos de oliveiras, de zambujeiros e de murtas, folhas de palmeiras, e ramos de outras árvores frondosas, para fazerdes cabanas, como está escrito. 16 Saíram, pois, o povo e trouxe os ramos; e todos fizeram para si cabanas, cada um no eirado da sua casa, nos seus pátios, nos átrios da casa de Deus, na praça da porta das águas, e na praça da porta de Efraim. 17 E toda a comunidade dos que tinham voltado do cativeiro fez cabanas, e habitaram nelas; pois não tinham feito assim os filhos de Israel desde os dias de Josué, filho de Num, até aquele dia. E houve mui grande regozijo. 18 E Esdras leu no livro da lei de Deus todos os dias, desde o primeiro até o último; e celebraram a festa por sete dias, e no oitavo dia houve uma assembleia solene, segundo a ordenança." Ne.8.14-18

Habitação em tendas trazia ao povo o entendimento de sua fragilidade, e dependência de Deus, colocando-o, como provedor, dando-lhes segurança diante de seus inimigos, e consolidando sua ação miraculosa na memória do povo visando as gerações futuras. Forjava no povo a ousadia em reconhecer o quanto eram indefesos e vulneráveis, possibilitando a Deus, usar todos os seus recursos e meios para assegurá-los protegidos. A         Sucá é um abrigo provisório, precário, instável, rústico como esse mundo em que vivemos. Por esse motivo que era construída, ensinando o quanto o Senhor é o nosso sustentador nesse mundo corrompido pelo pecado.

1.4 – ETROG E LULAV

"No primeiro dia tomareis para vós o fruto de árvores formosas, folhas de palmeiras, ramos de árvores frondosas e salgueiros de ribeiras; e vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus por sete dias."

Levítico 23.40

ETROG -– "No primeiro dia tomareis para vós o fruto de árvores formosas," Lv. 23.40a

O fruto de árvores formosas indicava o ethrog ou cidrão, (limão siciliano, cor amarela). A escolha por esse fruto se deu porque possuía os requisitos para esse ato de celebração a Deus em Sucot; Em sua aparência não havia defeito, e sua característica amarela demostrava sua formosura marcante que, passava uma vida cheia de humildade.

LULAV -– "folhas de palmeiras, ramos de árvores frondosas e salgueiros de ribeiras" Lv. 23.40b

Todos os elementos juntos indicava a lealdade do povo para com as tradições, não se deixando influenciar pelas outras, consolidando a retidão com os preceitos propostos.

Considerado o perfumado ramalhete, a espinha dorsal do povo judeu, para com seu Deus.

O significado dos dois elementos juntos: "e vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus por sete dias." Lv. 23.40

Diariamente, durante a semana de sucot (exceto no Shabat), pegamos na mão direita as três espécies de ramos, na mão esquerda a cidra, recitamos uma bênção, em seguida juntamos as mãos e agitamos o molho para todos os lados, para cima e para baixo – manifestando nossa alegria e indicando que a presença de Deus está em toda a parte. (http://ensinandodesiao.org.br/)

1.5 – OS SACRÍFICIOS

A) HOLOCAUSTO – A LEI: "Disse mais o Senhor a Moisés:" (Lv.6.8 ao 13)

O holocausto tinha que ser feito no período noturno, o fogo precisava ser aceso em temperatura de aquecimento, o animal assava lentamente até se tornar em cinzas.

Algo interessante que acontecia no holocausto, é que Deus não dava a porção do sacerdote nessa oferta, o Senhor Deus tinha exclusividade, exceto pelo couro do animal se possuísse, Deus permitia que o sacerdote ficasse com ele. (Lv. 7.8)

Holocausto é a renúncia da própria vontade em função de outra pessoa. É a decisão da entrega completa pra Deus.

B) OFERTA DE MANJARES OU CEREAIS – A Lei: "Esta é a lei da oferta de cereais: os filhos de Arão a oferecerão perante o Senhor diante do altar." (Lv.6.14 ao 18)

Oferta de manjares era composta de; Uma flor de farinha, derramado azeite, e colocado incenso, sobre a farinha e o azeite. (Lv.2.1). Segundo a lei o sacerdote pegava um punhado da flor de farinha, junto com todo o incenso e os queimaria sobre o altar com cheiro suave como memorial ao Senhor, e o restante era a porção do sacerdote. (Lv. 6.15 e 16).

Algo interessante e que o Senhor ordenou, que todas as ofertas de manjares fossem temperadas com o sal. (Lv. 2.13)

Essa oferta fala da generosidade de Deus com os seus escolhidos. Ele compartilha a sua oferta com os seus filhos. Permite que eles vivam da sua provisão.

C) OFERTA PELO PECADO – A Lei: "Disse mais o Senhor a Moisés:" (Lv.6.24 ao 30).

A oferta pelo pecado era imolada no lugar do holocausto, os sacerdotes poderiam se alimentar dela no átrio da tenda da revelação, todo que tocassem na carne da oferta era santo, uma parte só era preservada, que era a parte do sangue, a qual era feita a expiação no lugar santo, no fogo era queimada.

O interessante nessa oferta, é que no versículo 28, Deus ordena que os vasos que fossem usados pelos  sacerdotes, se de barro ou de bronze era pra seguir a seguinte instrução; Se o vaso usado fosse de barro era pra quebrar, se fosse de bronze era pra esfregar e lavar na água.

D) OFERTA PELO CULPA – A Lei: "Esta é a lei da oferta pela culpa: coisa santíssima é." (Lv.1.1 ao 10).

A oferta pelo culpa seguia a mesma instrução da oferta pelo pecado. As porções dos sacerdotes eram do sacerdote que estava oferecendo, até o couro do animal oferecido, poderiam ser pegos.

E) OFERTAS PACÍFICAS – A Lei: "Esta é a lei do sacrifício das ofertas pacíficas que se oferecerá ao Senhor:" (Lv.11 ao 21).

(Ofertas pacíficas eram seguidas a seguinte ordem: Versículos 12-15 “Ação de graças”) Bolos ázimos; sabemos que é sem fermento; Pão levedado, com  fermento. A carne era comido no dia, não poderia ficar nada até o amanhecer. 16-17 "Voto ou voluntária") O que for oferecido se comerá no dia do oferecimento até o seguinte, mas o que ficar até ao terceiro dia, esse queimará no fogo. 18-19) Se o sacerdote comesse daquela oferta ao terceiro dia, a oferta não seria aceita e o sacerdote seria imputado por coisa abominável, e levaria aquela iniquidade. Teria que ser queimada ao fogo. 20-21) Qualquer pessoa que não tivessem designada para aquele serviço, e comesse da carne da oferta pacífica que pertence ao Senhor, seria expulso do povo.

A explicação comum de todos esses sacrifícios, indicava a decrescente santidade de cada dia sucessivo da festa, e estes sacrifícios eram oferecidos, não em favor de Israel, mas das nações do mundo. Havia setenta bezerros, correspondentes ao número das setenta nações do mundo.

2. O CÁRATER DA FESTA

2.1 – PEREGRINAÇÃO ATÉ O TEMPLO

O foco da alegria do povo era direcionado para Deus, fazendo-se memória da grande provisão do Senhor na colheita. Era exigido que todo homem judeu fizesse uma peregrinação até o Templo de Jerusalém. Nestas ocasiões o povo trazia os primeiros frutos da colheita da estação ao Templo, onde uma parte era apresentada como oferta a Deus e o restante usado pelas famílias dos sacerdotes. Somente após essa obrigação ser cumprida era permitido usar a colheita da estação como alimento.

2.2 – O RITO

A preparação de tudo o que era necessário para a festa, seguia seu curso para que as cerimonias, você o mais  original possível.

“[As purificações]; [O selo pelas ofertas]; [As comunicações cordiais entre os que eram convidados para as refeições sacrificiais]; [As trombetas dos sacerdotes no templo, anunciavam o advento da festa]; [O altar das ofertas queimadas era purificado durante a primeira vigília da noite]; [As portas do Templo eram imediatamente abertas depois da meia-noite].

Assim a função dos ritos era garantia a ordem para cumprir toda a obra da forma programada por Deus.

3. CARÁTER PROFÉTICO

O caráter profético da Festa dos Tabernáculos, está relacionado diretamente com a preparação do povo para receber o Messias. Em todas as cerimonias usado na festa, Deus alinha seu povo a sua vontade, ou seja, Deus prepara o seu povo para receber o Messias em um nível  de santidade e perfeição irrepreensível.

Esse cerimonial faz os apontamentos precisos da presença do Messias, traz a clareza da Sua Presença como o centro da Festa dos Tabernáculos.

O livro de João revela todo o cerimonial da Festa dos Tabernáculos sendo cumprindo com a presença do Senhor Jesus na Festa. Por isso é propício a celebração da Festa dos Tabernáculos nos dias hoje, pois nos educa espiritualmente a estarmos sensíveis a sua presença.

[João 7.10] – O Senhor Jesus em secreto na festa, indicava o Caráter da Festa.

[João 7.14 – 29] – O Senhor Jesus ensinando no Templo, indica o  Mishnah.

[João 7. 37 – 39] O Senhor Jesus no último dia da festa, indicava os sacrifícios, ritos e o caráter profético da Festa.

[João 12.12 e 13] – A multidão com ramos de palmeiras diante de Jesus, indicava o Ethrog e Lulavs. [João 7.40 – 52] –  A revelação da identidade do Senhor Jesus na Festa, esclarecia o cumprimento das profecias.

CONCLUSÃO

A celebração da Festa dos Tabernáculos, vinha com os requisitos dos ázimos da sinceridade e da verdade. [1Coríntios 5.8]. Celebrá-la, nos remete à não cometer  os mesmos erros dos líderes da época do Senhor Jesus; Quando questionaram a notoriedade de sua identidade messiânica, sabendo de todos os sinais realizados por Ele, fazendo-os conhecidos do cumprimento das profecias Nele, negaram-lhe, vindo a público através do madeiro, declararam o seu juízo como blasfemador.

Não celebrar a Festa dos Tabernáculos, é perder a oportunidade de conhecer mais sobre a santidade de Jesus como Messias. Esse comportamento pode ocasionar a  estagnação de conhecimento sobre o Messias, induzindo aqueles que esperam pela volta do Messias pela segunda vez, repetir o mesmo erro da geração que recebeu o Messias pela primeira vez.

Sabemos que o Espírito Santo inspirou o apóstolo Pedro para escrever-nos a seguinte admoestação: {2Pe. 3.17 e 18 “Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que pelo engano dos homens perversos sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza; antes crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como até o dia da eternidade.”}.

Aqui vemos o zelo do Espírito Santo, em motivar a todos que esperam pelo Messias, a crescer na graça e no conhecimento de Sua pessoa, olhando para a Escritura, como um todo.

As festas Bíblicas, são de sumas importâncias conhecer, entender, e praticar espiritualmente como uma preparação para volta do Messias, pois todas relatam  a Sua manifestação, sabendo que o Senhor esteve em todas, até mesmo aquela que não estava registrada no Pentateuco; como a Festa da Dedicação em João 10.22.

As Festas Bíblicas como revelação da presença do Senhor Jesus em todo o tempo em nossa vida, nos impulsiona a entrar no nível de responsabilidade de preparação para a Sua volta.

Então celebremos todas as Festas Bíblicas que nos coloca neste nível de revelação a respeito do Messias, “JESUS CRISTO, O SENHOR”.

Escrito por: Pastor Juliano N. Morato.

Informações baseadas nos seguintes estudos de:

Alfredo Edersheim – livro Festas Bíblicas de Israel;

Ensiando em Sião.org.br;

Livros Bíblia.blogpost;

 

Origem Bíblica eletrônica: Traduzido por João Bentes, da Holman Study Bible, publicada pela A. J. Holman Co. de Philadelphia, Pa (EUA), cfe. A Bíblia Vida Nova, S.R. Edições Vida Nova, São Paulo, Brasil, 1980.

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