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Arrependimento o “caminho Real”. 01-06-2016

01/06/2016 – PGUÁ -IPPF

Arrependimento o “caminho Real”.

( Mateus 03:01-10)

 

Na antiguidade, no oriente, os caminhos eram muito ruins. Há um antigo provérbio que diz: "Há três estados miseráveis: estar doente, passar fome e viajar." Antes que um viajante empreendesse seu caminho recebia a recomendação de "pagar todas suas dívidas, fazer provisão para os que dependiam dele, oferecer presentes a seus amigos e parentes no momento da partida, devolver tudo o que tivesse recebido em custódia, levar consigo dinheiro e a melhor disposição para viajar e despedir-se de todos". Os caminhos mais frequentados não eram mais que rastros. Não eram caminhos consolidados, porque a terra na Palestina é dura o suficiente para suportar o trânsito de burros e mulas, bois e carretas. Qualquer viagem por um daqueles caminhos era uma aventura e certamente uma circunstância que na medida do possível devia evitar-se. Havia uns poucos caminhos pavimentados, feitos pelo homem. Josefo, por exemplo, diz-nos que Salomão mandou construir uma vereda de basalto preto em todos os caminhos que levavam a Jerusalém, para que a viagem fosse menos penosa aos peregrinos, e "para manifestar a grandeza de suas riquezas e governo".

Todos estes caminhos pavimentados, feitos pelo homem, eram construídos por ordem do rei e para uso do rei, e por isso eram chamados de "caminhos reais". A reparação só era feita quando o rei precisava fazer uma viagem por eles. Antes de chegar, o rei enviava uma mensagem aos habitantes para que preparassem o caminho para o rei.

João estava preparando o caminho para o rei. O pregador e o docente de voz profética não se destaca a si mesmo, mas a Deus. Seu objetivo não é fazer com que seus semelhantes se dêem conta de quão inteligente ele é, mas sim percebam a majestade de Deus. O verdadeiro pregador é o que fica obliterado pela mensagem.

(Comentário do Novo Testamento Willian Bacley, pg 48 e 49)

 

 

Como a Igreja Necessita de Arrependimento Hoje !

Um dos sentimentos mais presentes na vida do Cristão verdadeiro é o arrependimento, porém nem de longe ele é o mais conhecido quando comparado aos demais sentimentos, processos e temas vivenciados pela Igreja. Vivemos tempo onde a olhos vistos precisamos entrar em um profundo nível de arrependimento, não apenas pessoal mas também no coletivo como Igreja.

Alguns dias atrás vi na Tv uma cena que me deixou profundamente chocado, um Homem de nacionalidade Alemã estava em um barco como voluntário no Mediterrâneo, segurando o corpo de uma criança de não mais que dois anos nos braços, sem vida. Ela foi mais uma dentre as muitas vítimas refugiadas que na tentativa de fugir dos tiros da guerra civil, acabam por morrer nas águas da falta de amor da Europa, aquela cena ainda está viva em minha memória e suscita em mim uma pergunta : O que há com a Igreja? Poucos são aqueles que gastam seu tempo a pensar e a pregar sobre o assunto, pois sabem que qualquer nível de comentário levará fatalmente a necessidade de um posicionamento com ações práticas no sentido de fazer alguma coisa. É nesse cenário que estamos como Igreja incluídos, e o primeiro passo é o arrependimento, por estarmos de braços cruzados, por não estarmos orando como deveríamos, por pecarmos ao sermos omissos, pois cada um de nós pode fazer algo, ponha-se diante do Eterno e ele lhe dirá o que fazer, talvez você não precisa ir tão longe para perceber o quanto o arrependimento faz parte da vida Cristã .

1) O pavimentador do caminho do Rei.

Podemos afirmar sem dúvida que João Batista era o pavimentador, o preparador do caminho do messias como dito em ( Mt 03:03 e Isaias 40:03), mas qual era essa ferramenta que João Batista iria usar para esse trabalho árduo?

No texto acima escrito por Willian Bacley, temos o que podemos chamar de contextualização de época memorável, Bacley explica que antes que o Rei fosse viajar a uma cidade, ele decretava que os moradores preparassem o caminho, e ele cita a experiência vivida nos dias de Salomão, isso nos mostra que quando João Batista anunciava dizendo: “É chegado a vós o Reino de Deus”, a população entendia com clareza o que ele queria dizer, pois estava acostumada a ver a movimentação de REFORMA nas estradas, que indicavam que o Rei iria sair em viajem ou que ele estava chegando. As coisas ainda não mudaram, ainda vivemos tempos em que os súditos precisam preparar o caminho para a chegada do Rei, e isso fica bem claro em  ( Marcos 16:15 ). Devemos entender que existe uma expectativa por parte do Rei de que façamos a nossa parte em pavimentar o caminho para sua chegada na vida das pessoas.

1.1) A ferramenta.

Uma vez que sabemos que existe um trabalho a ser feito para que o Rei venha, precisamos também entender que é necessário uma ferramenta apropriada para que se dê inicio ao processo de REFORMA e consequentemente preparação de chegada do Rei. Ao olharmos para João Batista e seu êxito no que diz respeito a preparação da chegada de Jesus (Mt 11:11), percebemos que a ferramenta usada por ele era eficaz, adequada e insubstituível, ela era o ARREPENDIMENTO.

Nada pode substituir o arrependimento, ou fazer seu trabalho, ele é o inicio da caminhada e sem ele todo o processo de salvação fica prejudicado, pois a plenitude da Graça só poderá ser usufruída uma vez que a conversão seja real e eficaz, e sem arrependimento não há conversão, sem conversão não há salvação pois o convencimento do pecado não ocorreu, e a obra do Espírito Santo não se completou na vida da pessoa, ( João 16:07-11).

1.2) Definição de arrependimento.

A palavra arrependimento vem do Grego : METANEO, e consensualmente quer dizer mudança de mentalidade, convergir, mudar de direção e ir no sentido inverso.

Arrepender-se é o primeiro passo na vida daquele que ao ter um encontro real com a Graça de Deus deve dar. Podemos nos encontrar com a Graça, mas isso não quer dizer que seremos os utilizadores dela em sua plenitude, nosso livre Arbítrio nos fará decidir se a aceitamos ou não, e o primeiro passo de quem a aceita é arrepender-se do pecado.

Uma vez que nos arrependemos do pecado através da ação do Espírito Santo em nossas vidas, uma série de portas no mundo espiritual se abre para nós, nos tornando cada vez mais santos mais endireitados para que o Rei possa entrar em nossa vida.

1.3) Se há pecado, não houve arrependimento.

Deus não tolera o pecado em Isaias 1:16, Ele diz : “Lavai-vos”! A expressão de Deus revela sua intolerância a tudo que é mal, pois Deus é bom o tempo todo.

A falta de arrependimento é uma resposta dada pelo pecador de que se pudesse, tudo que ele fez no passado ele faria novamente. A falta do arrependimento é um anúncio de que o pecador decidiu viver no futuro o que ele viveu no passado, ou seja ele garantiu um futuro no pecado.

O Rei não virá enquanto a porta não for aberta! Observe :

Ap 03:20  Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.

Note bem a condição: “ Se alguém”. Enquanto a porta não for aberta Ele não poderá entrar, e você nunca poderá gozar da plenitude da presença. Existem pessoas que sentem Deus, sabem que ele existe, e até lhe servem mas no lugar errado, ou seja na porta! Não permitem que ele entre em sua vida completamente, e isso ocorre porque não abrem a porta para que ele entre e os alimente de Si mesmo.

Existe uma diferença entre servir a Cristo na porta e servir a Cristo na mesa, os benefícios da presença são determinados pelo local e maneira que servimos o mestre.

1.4) Sem Arrependimento a Salvação fica prejudicada.

Precisamos entender que o arrependimento é para todos! Os crentes e os não crentes, a obra de expiação de Cristo na Cruz é completa, basta você tomar posse dela, e essa atitude não prejudica a obra da Cruz, mas pelo contrário denota que Deus não é injusto e não lhe criou como um ser irracional mas como um ser racional dotado de vontades e direitos dados por ele.

O fato de o crente pecar, não quer dizer que ele vive no pecado e para o pecado, mas quer dizer que ele ainda é imperfeito e está rumo ao aperfeiçoamento, para a estatura do varão perfeito. Defender que uma vez crentes não pecamos mais é incorrermos em uma mentira, ( I João 01:10), para isso temos a ferramenta do Arrependimento ela nos ajuda a abandonar o pecado, e viver uma vida para Deus e em Deus.

1.5) Porque muitos fogem do arrependimento?

Para entendermos esse fenômeno que não é novo precisamos novamente dar uma olhada no contexto de João Batista :

Lucas 03:7  Dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir?

Observe que João Batista percebeu que havia um ensino que levava as pessoas a não se arrependerem e sim a fugirem, e além disso João questionava o povo para que eles denunciassem qual era a identidade deste que ensinava tal mal ao povo.

Em contrapartida ele dava também qual era o sintoma daqueles que se arrependem, para que ninguém pense estar arrependido quando na verdade não está.

LUCAS 3:8  Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.

João denunciava a prática daqueles que dizem estar arrependidos mas continuam cometendo os mesmos pecados e erros, ele define que o sintoma de alguém arrependido de verdade é o que ele chamou de : FRUTOS DIGNOS DE ARREPENDIMENTO.

1.6) A Identidade de quem ensina contra o arrependimento.

Quem estava ensinando o povo a não se arrepender? João Batista nos mostra que apesar de perguntar quem era, ele já sabia e em suas palavras podemos conhecer a identidade deste mentor do mal, pois João nos descreve a raça de origem, “Viboras” , era a linguagem usada para descrever os filhos do Diabo, conhecido também com Serpente ( Ap 12:09). O diabo havia introduzido a ideia de que o povo não precisava de arrependimento, e podia viver no pecado sem se encontrar com a ira de Deus, mas João percebe isso e denuncia a paternidade dos mentirosos que dizem que se arrependeram, mas continuam a praticar os mesmos erros. Quando mentimos para nós mesmos, e para as pessoas a nossa volta dizendo que mudamos, mas continuamos a fazer o que fazíamos antes, somos denunciados pelos frutos. ( João 08:44 / Mt 07:15-22).

 

2) Pilares da evidência do Arrependimento

 

2.1) Existem 3 Pilares que evidenciam o arrependimento a saber:

2.1.1) Frutos dignos de arrependimento         ( Mt 03:08 e Lc 03:08 )

2.1.2) Batismo de arrependimento ( Mc 01:04, Lc 03:03,At 13:24, At 19:04 )

2.1.3) Tristeza segundo Deus produz arrependimento ( II Cor 07:10 )

 

2.1.1) Os frutos dignos de arrependimento são ações que são contrárias as ações erradas do passado, essas ações possuem data, hora, e é o momento em que a mudança começou ou seja tem um marco inicial na vida do ser humano , e precisam ser marcantes em nossa vida e na vida das pessoas a nossa volta, gerando credibilidade a cada dia que passa pois ao cumprir o que confessamos demonstramos que o passado ainda existe, mas agora apenas como testemunho de que o padrão mudou. Ex: Confissão, Batismo, e continuidade de uma vida Cristã de excelência diante de Deus. Veja os frutos do arrependimento de Zaqueu : Lucas 19:8  E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado.

2.1.2) Batismo de Arrependimento, primeiro precisamos entender que estamos falando de um principio estabelecido, e não como ato temporal, pois o batismo realizado por João Batista era para o Arrependimento, mas o Batismo em Cristo é mais excelente pois aponta para aceitação da obra redentora, incluindo também o arrependimento e indo mais além, para a vida eterna

Voltando a temática depois de afastada a contradição sobre o batismo, quero enfatizar que o princípio evocado por João é que serve como pilar do arrependimento, ou seja vamos analisar a expressão: Batismo de Arrependimento , "Tendo primeiramente João, antes da vinda dele, pregado a todo o povo de Israel o batismo do arrependimento."  (Atos 13 : 24)

A Palavra Batismo como é de conhecimento de todos quer dizer IMERSÃO, ou seja estar completamente coberto, mergulhado sem que nenhuma parte do corpo esteja fora da água. Este é o ensino que nos interessa, Batismo de Arrependimento é estar completamente mergulhado no projeto de uma vida transformada a tal ponto que nenhum pedaço do nosso corpo esteja de fora.

As vezes declaramos com a boca que mudamos, mas nossas mãos continuam a fazer o que fazíamos antes, nossa mente continua pensando como pensava antes, estar Batizado é estar completamente comprometido, cada pedacinho de você declarando Jesus como Senhor e Salvador, através de uma vida em Santidade.

2.1.3) Tristeza segundo Deus que produz arrependimento, é aquele sentimento que nos faz olhar para trás e dizer que se pudéssemos voltar atrás faríamos diferente, ou não cometeríamos os mesmos erros. Este sentimento profundo nos faz ver o pecado que fizemos com olhar de pesar, ele nos leva a reconhecer que estávamos errados, e nos ajuda a confessar o pecado. A tristeza em sua essência faz com que fiquemos estacionados por alguns momentos em reflexão, e é nesse momento que começamos a refletir pelos maus resultados do passado, que damos origem ao arrependimento. Podemos dizer que o acelerador do carro é o arrependimento, mas o freio é a Tristeza Segundo Deus.

2.2) Arrependimento x Remorso

A diferença básica entre o arrependimento e o remorso entre tantas, a mais notória são os frutos, ou seja: Tanto quem se arrepende como quem sente remorso apresentam tristeza e pesar pelo que fizeram, porém o que se arrepende não volta a fazer, ao passo que o que sentiu remorso retorna ao mesmo pecado dantes praticado. A palavra remorso vem do latim e quer dizer: Remorder, tornar a morder. Ele dá uma ideia de que a pessoa que cometeu o pecado tem vergonha do que fez, mas faria novamente só que desta vez mais escondido, por isso REMORDER.

Para entendermos bem, podemos olhar a diferença em um dos pilares do arrependimento : Tristeza.

Observe: 2Cor 07:10  Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.

Note que há dois tipos de tristeza, aquele que é segundo Deus, e a que opera no mundo. A tristeza segundo Deus opera arrependimento, mas a do mundo opera morte.

Aqui vemos porque o Arrependimento nos abre a porta para salvação, e o remorso nos abre a porta para a morte, porque a tristeza de ambos são diferentes operam de maneira inversa, uma para a vida e outra para a morte. E morte tem a ver com o pecado, Paulo disse: O Salario do pecado é a morte! ( Rm 06:23)

2.2.1)  O Caso de Pedro x Judas

Um ótimo exemplo de arrependimento e remorso em ação está bem representado em Pedro e Judas. ( João 21:15-17 / Atos 01:15-20 )

Sabemos que Pedro negou a Jesus e Judas traiu a Jesus, ambos pecaram mas tiveram fins diferentes, e esse fim não foi determinado pelo pecado que cometeram, mas pela maneira que agiram após terem cometido o pecado, ou seja Pedro se entristeceu pelo que fez ( Mt 26:75) e confessou diante de Cristo ( João 21:15) e nunca mais negou a Cristo nem em sua morte de Cruz de cabeça para baixo, o que caracteriza o fruto de arrependimento pois não cometeu mais o mesmo pecado.

Mas Judas sentiu remorso, e apesar de nossa tradução bíblica dizer “arrependido”, percebemos ao ler o contexto que o que ele sentiu foi remorso. Vejamos o comentário de Baclay :

Algumas pessoas tentaram transformar Judas em um herói ao afirmar que ele vendeu Jesus de forma deliberada a fim de que se cumprissem as profecias. No entanto, Jesus deixou claro que Judas não era herói, mas diabo (Jo 6:70) e que, ainda que as profecias fossem cumpridas, ele ainda era culpado de pecado deliberado (Mt 26:24). Seu amor pelo dinheiro (e provavelmente o desejo egoísta de se tornar líder em um reino terreno) o reteve no grupo de discípulos, porém seu coração nunca esteve com Cristo. Ele confessou: "Pequei" (v. 4), porque foi pego no ato da transgressão, contudo não mostrou Arrependimento sincero. Ele rejeitou a verdade e acreditou na mentira, e Satanás o possuiu (Jo 13:3,27). Judas tirou a própria vida porque Satanás é homicida (Jo 8:44). Contudo, observe que Judas teve de confessar que Jesus era inocente (v. 4). Ele não o chamou de "Senhor" (em 26:25, chama-o de "Mestre"), mas um dia terá de chamá-lo de Senhor (Fp 2:9-11).

Conclusão:

Não há salvação sem arrependimento, o que há é o amor por viver no pecado, e o pecado tem como resultado a morte.

O remorso não deve ser confundido com arrependimento, pois o arrependido é confiável , transmite confiança através do seu testemunho, mas quem sente remorso voltará a fazer, só que desta vez de uma forma mais escondida pois sente vergonha do que faz.

Satanás é interessado em fazer com que não nos arrependamos do que fazemos de errado, e por isso semeia ideias e pensamentos de que não precisamos nos arrepender. João Batista o denunciou e denunciou este ensino argumentando que existe uma ira vindoura e dela não se pode fugir.

Arrependei-vos pois é chegado a vós o Reino de Deus.!

Ap. Emerson Casburgo

 

 

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